No nono artigo da websérie Glossário do Vinho, continuaremos a nossa explicação sobre o vinho, afinal ele é a estrela de todos os artigos do blog. Se quiser saber mais a respeito, leia o artigo anterior, Glossário do Vinho – 8: Vinho (Parte 1). Lembrando que não iremos esgotar tudo sobre a bebida de Baco porque existe muito assunto ainda para tratar sobre essa maravilhosa descoberta, não é mesmo? Mas, podemos melhorar ainda mais o nosso conhecimento a respeito de como está esse mercado, o consumo e a produção.
Vinho no Mundo
A produção de vinho no mundo mudou muito ao longo dos últimos anos. Segundo o Euromonitor Internacional as principais tendências são os vinhos leves e descontraídos, produtores artesanais e conceito de terroir, além de vinhos orgânicos, biodinâmicos e naturais.
No entanto, ainda encontram-se grandes barreiras para o aumento do consumo da bebida no mundo, são elas: cultural (religião), macroeconomia (crises econômicas) e geopolítica (impostos).
O desafio mais premente está relacionado com a questão cultural, pois muitos jovens estão descobrindo outras bebidas destiladas e partindo para esse novo mercado. Com relação ao público de outra faixa etária, o vinho continua em alta.
Dados estatísticos da OIV
Para a Organização Internacional do Vinho e da Vinha (OIV), apenas cinco países possuem a metade dos vinhedos plantados no planeta: Espanha, China, França, Itália e Turquia.
Sendo a produção mundial de uvas de 77,8 milhões de toneladas de uvas computado em 2018, com a França produzindo 99% de uvas para a produção de vinhos; a Espanha com 96%, a Itália com 87%, os Estados Unidos com 67% e a China com 10%. O curioso é que 57% da produção mundial de uvas é destinada para os vinhos.
Os maiores produtores de vinhos são a Itália, a França, a Espanha, os Estados Unidos, a Argentina e o Chile, respectivamente, do maior para o menor. Mas, apenas cinco países do mundo consomem mais vinhos: Estados Unidos, França, Itália, Alemanha e China.
Comércio Internacional do Vinho
Foram produzidos em 2018, 108 milhões de hectolitros de vinho e vendidos por 31 bilhões de Euros. Três países são líderes em exportação da bebida: Espanha, Itália e França. O interessante é que a França exporta menos, mas ganha mais; 9,3 bilhões de Euros. A Itália exporta bem e ganha bem, 6,1 bilhões de Euros. E a Espanha é o país que exporta mais e ganha menos, 2,9 bilhões de Euros.
Com relação aos maiores valores de importação, cinco países se destacam: Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, China e Canadá.
Tipos de Uvas
Vitis vinifera é a espécie ideal para a produção de vinhos secos e finos, por possuir mais taninos e ter maior concentração de açúcar. Existem apenas dois tipos: Brancas (Blanc) e Tintas (Rouge).
Variedades Brancas
Vamos conhecer um pouco mais sobre algumas uvas brancas mais utilizadas:
Menos intensidade:
- Sauvignon Blanc: origem Bordeaux (França), aromas e sabores de lima-da-pérsia, casca de limão, grama, minerais, toranja, kiwi, nectaria e amônia.
- Pinot Grigio/Pinot Gris: origem Alsácia (França), no estilo francês possui aromas e sabores de maçã, pêssego, lichia, baunilha e manteiga; no estilo italiano apresenta aromas e sabores de lima-da-pérsia, laranja, pêra, minerais e flores brancas.
- Torrontés: origem Argentina, nasceu do cruzamento da Moscatel de Alexandria com a Mission (variedade espanhola), aromas e sabores de minerais, florais (violeta, rosa e gerânio), lima-da-pérsia, maçã verde, pêra e pêssego.
- Verdejo: origem Norte da África, aromas e sabores de ervas, minerais, limão, abacaxi, melão, noz-moscada e mel.
- Albariño/Alvarinho: origem Galícia (Espanha) e Minho (Portugal), aromas e sabores de marmelo, pêssego, banana, limão, maracujá, lichia, violeta, flor-de-laranjeira, avelã, minerais e mel.
Mais intensidade:
- Chenin Blanc: origem Vale do Loire (França), no estilo francês contém aromas e sabores de maçã, mel, caramelo, gengibre, manteiga, noz-moscada; no estilo sul-africano aporta aromas e sabores de maracujá, abacaxi, manga, tangerina, melão e floral.
- Viognier: origem Croácia, aromas e sabores de tangerina, pêssego, manga, damasco, mel e flores (rosa, violeta e jasmim).
- Sémillon: origem Bordeaux (França), aromas e sabores de pêra, papaya, pêssego, madressilva, figo, mel, gengibre, manteiga, creme de baunilha e resina.
- Riesling: origem Vale do Reno (Alemanha), aromas e sabores de limão, pêssego, banana, nectarina, floral, erva-doce, petróleo (gasolina, queresone, lubrificante e borracha).
- Chardonnay: origem Borgonha (França), no estilo francês possui aromas e sabores de minerais, pêra, maçã, lichia, baunilha e manteiga; no estilo novo mundo apresenta aromas e sabores de abacaxi, maracujá, pêssego, melão e mel.
Se formos destacar a acidez das uvas brancas, teremos o seguinte:
Mais acidez: Sauvignon Blanc > Torrontés > Verdejo > Chenin Blanc > Riesling.
Menos acidez: Pinot Grigio/Pinot Gris > Albariño/Alvarinho > Viognier > Sémillon > Chardonnay.
Variedades Tintas
Agora, as uvas tintas mais produzidas:
Menos intensidade:
- Pinot Noir/Pinot Nero: origem Borgonha (França), aromas e sabores de morango, cranberry, cereja, framboesa, cogumelos, minerais e floral.
- Barbera: Piemonte (Itália), aromas e sabores de cereja, morango maduro, ameixa, violeta, lavanda, folhas secas, incenso, baunilha, noz-moscada e anis.
- Carménère: origem Bordeaux (França), aromas e sabores de framboesa, ameixa, pimenta verde, páprica doce, ervas finas, eucalipto e pimentão.
- Merlot: origem Bordeaux (França), aromas e sabores de cereja preta, framboesa, ameixa, grafite, madeira (cedro), tabaco, baunilha, cravo e café.
- Sangiovese: origem Região Central (Itália), aromas e sabores de morango, cereja, ameixa, pimenta, tomate, defumado, couro, tabaco, rosas secas, tomilho e terra (argila).
- Carignan: origem Zaragoza (Espanha), aromas e sabores de frutas negras maduras (ameixa e amora), pimenta preta, defumado, toques terrosos, couro e alcaçuz.
- Tempranillo: origem Rioja (Espanha), aromas e sabores de cereja, framboesa, ameixa, ervas finas, pimenta do reino, tabaco, couro e baunilha.
- Garnacha/Grenache: origem Região Nordeste (Espanha), aromas e sabores de morango, cereja negra, framboesa, frutas cristalizadas, anis, tabaco e canela.
Mais intensidade:
- Nebbiolo: origem Piemonte (Itália), aromas e sabores de cereja, damasco, pimenta do reino, floral, couro, toques terrosos, fazenda e anis.
- Malbec: origem Cahors (França), aromas e sabores de cereja, mirtilo, jabuticaba, amora, anis, pimenta preta, chocolate e violeta.
- Syrah/Shiraz: origem desconhecida, cruzamento da Dureza com a Mondeuse Blanche, aromas e sabores de mirtilo, ameixa negra, tabaco, defumado, pimenta negra, zimbro e violeta.
- Primitivo/Zinfandel: origem Croácia, aromas e sabores de framboesa, cereja, nectarina madura, ameixa, mirtilo, zimbro, pimenta preta, curry e fumo de corda.
- Cabernet Sauvignon: origem Bordeaux (França), aromas e sabores de mirtilo, ameixa negra, cassis, ervas, pimentão (pirazina), carvalho e chocolate.
- Tannat: origem Madiran (França), aromas e sabores de cereja negra, ameixa, jabuticaba, amora, floral (violeta), ervas finas, couro e fumo de corda.
- Petit Verdot: origem Sudoeste (França), aromas e sabores de banana, cereja negra, ameixa, mirtilo, amora, floral (violeta) e ervas finas.
Se formos destacar o tanino das uvas tintas, teremos o seguinte:
Menos taninos: Pinot Noir/Pinot Nero < Barbera < Carménère < Merlot.
Mais taninos: Sangiovese < Carignan < Tempranillo < Garnacha/Grenache < Nebbiolo < Malbec < Syrah/Shiraz < Cabernet Sauvignon < Primitivo/Zinfandel < Petit Verdot < Tannat.
Portfólio Wine Lovers
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