O mercado do vinho sempre foi exercido por homens, na maioria das vezes. As vinícolas foram passando de geração em geração e agora há pouco mais de 30 anos, as mulheres puderam escolher liderar, produzir, criar e participar mais ativamente das decisões em empresas familiares, cooperativas, etc. Aproveitando a ocasião de comemoração do Dia Internacional da Mulher no mês de março, vamos contar a história de quatro mulheres incríveis que através de sua experiência conquistaram seu lugar e são exemplos para todas as demais. Descubra quem são as mulheres no mundo do vinho e por que foram escolhidas.
A seleção
Quando se entra no mercado do vinho logo se percebe que existem mais homens do que mulheres. Em degustações, eventos, feiras, confrarias e exposições ao longo do ano, o público encontra sommeliers, enólogos, proprietários de vinícolas, representantes comerciais e muitos convidados.
Com o empoderamento das mulheres no mundo do vinho finalmente foi possível perceber o crescente aumento do público feminino, além da expansão de sommelières, enólogas, produtoras e vendedoras.
Então, nada mais natural do que selecionar algumas dessas grandes especialistas como forma de prestar homenagem para todas aquelas que realizam um excelente trabalho com dedicação e profissionalismo. Conheçam em seguida as mulheres no mundo do vinho que estão direta ou indiretamente ligadas com a Wine Lovers, por ser fornecedoras e parceiras, antes de tudo profissionais.
Enóloga no Uruguai
Artesana Winery é uma vinícola boutique que produz vinhos finos de alta qualidade. Está localizada em Las Brujas, Canelones, a região vinícola principal e mais conhecida do Uruguai, distante 35 km ao norte de Montevidéu, capital do país.
Dos 8,5 hectares de vinhedo são colhidos as melhores uvas que expressam de forma única o seu terroir. A vinificação é muito cuidadosa, sempre respeitando as diferentes parcelas com intervenção mínima para que a uva se expresse.
Seus vinhos artesanais mostram um profundo aroma de frutas e toque impecável de tanino, sendo ao mesmo tempo elegantes e complexos. A producão em pequena escala permite aos produtores ter controle total, desde a colheita até o engarrafamento do vinho.
Produz a uva Zinfandel, a primeira e única no Uruguai. A linha é composta de vinhos monovarietais de Tannat, Tannat Rosé e Zinfandel; reserva com cortes de Cabernet Franc-Merlot, de Tannat-Merlot, de Tannat-Zinfandel, além da edição limitada do reserva com corte de Tannat-Zinfandel-Merlot.
O projeto é dirigido por uma dessas grandes mulheres no mundo do vinho, a diretora e enóloga, Analía Lazaneo. Conheça um pouco mais sobre sua trajetória:
2001-2002: Técnica en Enologia pela Escola de Vitivinicultura Tomás Berreta pela UTEC;
2004-2007: Bodega Bouza;
2005: Sommeliere Profissional pela Faculdade de Química da Universidade da República;
2007 até o momento: Diretora da Artesana Winery;
2017: Analista de Comércio Exterior pela UDE.
Produtora na Itália
A quinta da Villa Santa Restituta é uma das mais antigas da comunidade de Montalcino, remonta ao século XIV. Por muitos séculos é propriedade da família Castelli Martinozzi como testemunha a capela ligada à vila do senhorio onde os ancestrais de diferentes gerações encontraram seu túmulo, a haste do portão principal e a antiga torre do relógio cujas batidas ecoaram por séculos no vale circundante.
O prêmio mais antigo para o vinho Castelli Martinozzi foi recebido em Siena em um concurso provincial de vinicultura por Cesare Francalanci Martinozzi em 1892, do qual conservam um certificado.
O dono da fazenda Cesare Castelli, sua filha Cristina e Federico; o enólogo e gerente de produção Giuseppe Bino; o enólogo Paolo Caciorgna e o colaborador Marcello são os responsáveis pelo funcionamento da vinícola Castelli Martinozzi.
A proprietária Cristina Castelli produz os vinhos Brunello e Rosso di Montalcino. Cada um com suas características e regras específicas. Afinal, para ser um autêntico Brunello precisa envelhecer em barris de carvalho durante 36 meses no mínimo e estagiar em garrafa por mais 4 meses no mínimo. Para ser um Rosso tem que envelhecer durante 10 meses no mínimo e estagiar em garrafa por mais 2 meses no mínimo.
Presidente de Cooperativa na Itália
Luigi Ruggieri, médico e agricultor, em 1959, reuniu um grupo de enólogos para valorizar as produções locais, recuperando as antigas práticas agrícolas e combinando-as com técnicas modernas de vinificação.
Com a colheita de 1961 nasceu a Sociedade Cooperativa Cantine Lizzano, batizada com o vinho das primeiras uvas conferido pelos 111 membros, pioneiros do desenvolvimento econômico e social desta parte da Itália até então vítima das políticas agrícolas e das condições de venda decididas em outro lugar. Um dos primeiros exemplos de cadeia curta, premiada em 1989 com o reconhecimento da Denominação de Origem Controlada (DOC).
Hoje a cooperativa está entre as maiores e mais modernas do sul da Itália, com mais de 400 vinicultores e 500 hectares de vinhedos com vinhas nativas (Primitivo, Negroamaro, Malvasia e Moscato) e internacionais (Chardonnay, Pinot Noir e Cabernet Sauvignon), a única na Itália presidida por uma mulher, Rita Macripò, que segue com a mesma paixão e os valores dos seus fundadores.
A Cantine Lizzano possui uma linha de vinhos de Primitivos di Manduria, Primitivos di Salento, Negroamaros, Malvasia Nera, entre eles o Macchia Primitivo di Manduria.
Rita Macripò deu ainda mais impulso e uma maior atenção ao processo de produção, controle de qualidade e comercialização, integrando a vasta gama de vinhos com produções engarrafadas de qualidade, comercializada sob marcas próprias e pensada para os consumidores mais exigentes. A estratégia permitiu consolidar o volume de negócios na Itália e conquistar quotas no mercado externo.
Enóloga-chefe no Chile
O Vale de Casablanca, no Chile, é conhecido por sua beleza natural. Seus montes íngremes são vistos em todas as direções e, entre eles, os campos férteis, com pequenas aldeias que espreitam para fora aqui e ali.
Provavelmente os lugares mais bonitos do vale são as vinhas. Alinhadas linha por linha meticulosamente cultivadas com Sauvignon Blanc, Chardonnay e Pinot Noir.
Produzir os melhores vinhos do mundo usando métodos agrícolas, tecnologia de ponta e processos, comercializar vinhos, tanto no mercado interno quanto no internacional, ser bem-sucedida criando uma tradição com seus parceiros: clientes, fornecedores e especialmente os funcionários, e trabalhar em um espírito de cooperação na sustentabilidade ambiental são as missões da vinícola William Cole Vineyards.
A linha é completa, desde vinhos de entrada até gran reserva. Conheça todos aqui.
Maria Ximena Klein Echeverría sempre teve em mente as palavras do avô para estudar enologia e tornou-se uma das mulheres do mundo do vinho. Sua primeira colheita foi na vinícola familiar Echeverría, onde encontrou sua verdadeira paixão. Desde 2015, é enóloga-chefe na William Cole Vineyards. Veja como chegou a um dos postos mais desejados de uma vinícola:
2003 – Agrônoma pela PUC de Valparaíso, especialização em fruticultura;
2003 – Controle de Qualidade de frutas, Miami (EUA);
2005 – Pós-graduação pela Universidade do Chile. Enóloga pela Associação Nacional dos Engenheiros Agrônomos Enólogos do Chile. Trabalho nas vinícolas Ventisqueiro e San Pedro;
2007-2009 – Geyser Peak Winery, na Califórnia (EUA);
2009 – Wine State Winery Oyster Bay da Delegat, em Blenheim (Nova Zelândia);
2010 – Marketing e Vendas pela Universidade Adolfo Ibañez. Trabalho na vinícola Cousiño Macul e William Cole Vineyards;
2012-2013 – Executiva de Vendas da Valdivieso Company, em Santiago (Chile);
2013 – Enóloga Assistente na William Cole Vineyards;
2015-até o momento – Enóloga Chefe na William Cole Vineyards.