As uvas inusitadas da Argentina

As uvas inusitadas da Argentina têm se destacado nos últimos anos, especialmente aquelas colhidas pela vinícola Santa Julia, localizada no Vale do Uco, em Mendoza. Entre as variedades que têm se sobressaído estão a caladoc, a teroldego e a albariño, cada uma trazendo características únicas para os vinhos produzidos nesta região.

Caladoc, uma uva tinta intensa

A uva caladoc, por exemplo, é uma variedade de uva tinta que tem origem na região do Languedoc, no sul da França. Sua plantação em Mendoza foi uma aposta ousada da vinícola Santa Julia, que procurava uma alternativa interessante para complementar seu portfólio de vinhos tintos. O resultado não poderia ter sido melhor: a caladoc se adaptou perfeitamente ao terroir do Vale do Uco, resultando em vinhos elegantes, com notas de frutas vermelhas maduras e um toque sutil de especiarias.

O vinho Textual Caladoc foi elaborado com 100% caladoc. Tem cor roxo profundo. Aromas de ameixas, cerejas, amoras maduras e notas florais como sálvia e lavanda. Taninos firmes, bom equilíbrio e sabor persistente na boca. Ideal com carnes vermelhas assadas, cordeiro, pato, ensopados e queijos de pasta mole. 

<alt1> No vinhedo Santa Rosa acontece a colheita realizada por turistas
No vinhedo Santa Rosa acontece a colheita realizada por turistas

Teroldego, uma uva cheia de sabor

Outra variedade que tem conquistado os apreciadores de vinhos é a teroldego. Originária da região do Trentino, na Itália, a uva teroldego encontrou em Mendoza um novo lar. Seus cachos são pequenos, mas repletos de sabor e intensidade. Os vinhos feitos com essa uva são geralmente encorpados, com taninos bem presentes e uma acidez equilibrada. É uma opção perfeita para quem busca vinhos de personalidade, capazes de surpreender a cada taça.

O vinho Textual Teroldego apresenta 100% teroldego. Cor vermelho rubi. Aroma complexo e característico, de fruta madura com um toque agradável de mirtilo, ameixa e groselha, envolvido por notas de especiarias derivadas do envelhecimento em madeira. Sabor encorpado, cheio, harmonioso, taninos agradáveis. Ideal com carnes vermelhas, massas com molhos picantes, risotos, legumes e queijos semi-curados.

<alt2> Uva teroldego nasceu em Trentino, na Itália
Uva teroldego nasceu em Trentino, na Itália

Albarinõ, uma uva vibrante

Já o albariño é uma uva branca, bastante conhecida em regiões como a Galícia, na Espanha. Seus vinhos são frescos, com aromas cítricos e florais, além de uma acidez vibrante que proporciona uma sensação de frescor. A vinícola Santa Julia viu nessa uva a oportunidade de oferecer aos consumidores uma alternativa única, capaz de refletir o potencial da região do Vale do Uco em produzir vinhos brancos de alta qualidade.

O vinho Textual Albariño com 100% albariño. Cor amarelo brilhante, com reflexos dourados e verdes. Aromas de frutas brancas, tropicais e florais. Sabor suave com acidez equilibrada, vinho encorpado. Combina com peixes, frutos do mar, aves, saladas e gastronomia oriental. 

<alt3> Uva albariño originária da Galícia produz vinhos vibrantes
Uva albariño originária da Galícia produz vinhos vibrantes

Região top da Argentina

O Vale do Uco, localizado a cerca de 1000 metros acima do nível do mar, é uma região privilegiada para o cultivo de uvas. O clima seco e continental, aliado às grandes amplitudes térmicas entre o dia e a noite, proporciona condições ideais para o desenvolvimento de uvas de qualidade. Além disso, a alta luminosidade e a presença da água proveniente dos desgelo dos Andes contribuem para a maturação equilibrada das uvas.

Santa Julia, tradição e modernidade

A vinícola Santa Julia, que pertence ao grupo Zuccardi, tem sido reconhecida tanto na Argentina como internacionalmente pelos seus vinhos de alta qualidade e pela busca constante pela inovação. Além de investir em variedades inusitadas como a caladoc, a teroldego e a albariño, a Santa Julia também tem adotado práticas sustentáveis em sua produção, como a utilização de energia solar e a gestão responsável dos recursos naturais.

Essas uvas inusitadas plantadas pela Santa Julia têm se tornado uma verdadeira marca registrada da vinícola e têm conquistado paladares ao redor do mundo. A combinação única entre as características do terroir do Vale do Uco e o conhecimento enológico dos produtores resulta em vinhos complexos, aromáticos e com muita personalidade. A vinícola tem provado que a Argentina é capaz de ir além dos tradicionais malbecs e cabernet sauvignons, apresentando ao mundo novas opções que surpreendem a cada gole.

Indicação de vinícola

Em resumo, as uvas plantadas e inusitadas da Argentina, colhidas nos últimos anos pela vinícola Santa Julia, localizada no Vale do Uco, em Mendoza, têm se mostrado uma aposta certeira. Variedades como a caladoc, a teroldego e a albariño têm encontrado em Mendoza um terroir propício para o seu desenvolvimento, resultando em vinhos de alta qualidade e repletos de personalidade. 

A vinícola Santa Julia, por sua vez, tem se destacado não apenas pela inovação na escolha das uvas, mas também por sua preocupação em adotar práticas sustentáveis em sua produção. Está claro que o cenário dos vinhos precisa de constantes transformações e acompanhar as tendências faz parte dos bons vitivinicultores. 

<alt4>Entrada da Bodega Santa Julia, em Mendoza
Entrada da Bodega Santa Julia, em Mendoza

História de sucesso

A história da Bodega Santa Julia começou em 1950, quando o Eng. Alberto Zuccardi experimenta num vinhedo novos sistemas de irrigação na região de Maipú, em Mendoza. Com esta criação decide apostar na produção de castas de elevada qualidade. Julia, sua única filha, nasce em 1982 e as primeiras exportações da marca Santa Julia, em sua homenagem, acontecem em 1990 quando Ruben Ruffo torna-se enólogo e responsável pelos vinhos. 

Em 1995, no vinhedo de Santa Rosa plantam variedades não tradicionais no país como: Caladoc, Ancellotta, Graciano, Bourbulenc, Aglianico, Albariño, Falangina, etc. Dois anos depois, acontece a inauguração da pequena adega experimental para realizar microvinificações. 

As novas gerações gradualmente se juntam à empresa a partir dos anos 2000 e torna-se a primeira vinícola a abrir um centro de visitantes com restaurante próprio. Com o objetivo de produzir vinhos da forma mais natural possível, consegue a primeira certificação de vinhas biológicas em 2004. 

Mas, apenas em 2013, dois dos principais vinhedos são certificados Fair For Life. Apostam cada vez mais na sustentabilidade e no cuidado com o meio ambiente, por isso, em 2020, lançam a linha de vinhos naturais. 

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