Vinhos de Meditação

Essa denominação pode parecer estranha à primeira vista, mas os apreciadores de um bom vinho vão entender rapidamente o que isso quer dizer. Vinhos de meditação podem ser aqueles mais doces, de sabores marcantes e com mais teor alcoólico. Frequentemente associados aos momentos após as refeições como vinhos de sobremesa, mas também podem ser apreciados em outras ocasiões como numa conversa descontraída com os amigos, e quando se quer simplesmente parar um pouco o ritmo corrido do cotidiano e relaxar com uma taça na mão.

Tipo de vinho

Os vinhos doces podem ser leves com delicados sabores frutados ou mais intensos que concentram muita fruta de regiões mais ensolaradas. Muitos desses são conhecidos como vinhos de sobremesa, mas passaram a ser chamados também como vinhos de meditação. 

Usados como aperitivos antes das refeições, alguns são tão encorpados que devem ser degustados após a mesa ou em momentos variados. Possuem muitas vezes aromas de mel, sabores de pêssego, damasco, torta de maçã, especiarias e toques amanteigados.

Para ser considerado um bom vinho doce é primordial apresentar certa acidez para equilibrar o açúcar, caso contrário pode ficar enjoativo. Exemplos clássicos são elaborados com as uvas riesling, furmint, hárslevelu, moscatel e sémillon. 

As regiões do Velho Mundo que produzem excelentes vinhos desse tipo são: Alemanha, Hungria, Itália e França. Vamos conhecer agora como é o processo de vinificação dos vinhos de sobremesa.

Uva moscatel é muito utilizada para vinhos e espumantes doces

Vinificação

Os povos antigos – hebreus, egípcios, fenícios, gregos e romanos – secavam as uvas ao sol, obtendo passas com açúcares concentrados resultando em vinhos muito alcoólicos, mas que podiam ser armazenados.

Como regra, os vinhos de meditação ou de sobremesa são produzidos por técnicas que convertem as uvas em passas. Naturalmente, as uvas ficam expostas ao Sol ao ar livre, podem ser estendidas em lajes, pedras, esteiras e grades.

A transformação em passa que acontece na própria planta é utilizada desde a Antiguidade e ainda é realizada no Tokaj (Hungria), em Sauternes (França) e em locais em que se elabora os chamados vinhos de colheita tardia. 

Nas regiões mais frias os enólogos optam pelo emprego de técnicas artificiais como câmaras especiais com temperatura e umidade controladas de modo a estimular a perda de água e aumentar a concentração dos açúcares nas uvas.

Esses vinhos nasceram dos Moscato e Malvasia, muito ricos em aromas de linho e gerânio, respectivamente, e produzem perfumes de violeta e rosa. No caso de empregar uvas menos aromáticas em climas mais frios, é possível observar odores mais delicados, pois o calor intenso poderia destruir essa característica.

Uva passificada na própria planta ao natural

Vinho doce x Vinho seco

Durante muito tempo os vinhos doces foram desconsiderados pelo grande público, assim o prazer de apreciar vinhos de meditação ou de sobremesa ficou reservado para poucos.

Afinal, o que torna um vinho importante são os seguintes fatores: estrutura, concentração dos aromas e riqueza de composição. Portanto, os vinhos doces são mais concentrados e ricos do que os secos porque nasceram de um processo de “passificação”, que concentra as substâncias no interior do bago desidratado da uva. Assim, os vinhos doces ganham de sobra dos vinhos secos em intensidade de sensações.        

Harmonização

Os italianos costumam recomendar que se faça a harmonização do espumante seco com a sobremesa. Mas, isso pode ser considerado um equívoco porque a combinação não traz o melhor de cada elemento.

Devido à fisiologia do gosto, se quiser saber mais sobre esse sentido leia o artigo “Os Quatro Sentidos do Vinho – Parte 2: Paladar” , o modo como percebemos os sabores influencia de sobremaneira quando comemos algo extremamente açucarado.

Os componentes ácidos e amargos do vinho brut se intensificam quando provamos uma sobremesa, por conseguinte o doce presente na iguaria fica muito intenso também. Significa dizer que o doce parece cada vez mais doce, e o espumante brut cada vez mais seco e amargo…

Essa equação é totalmente solucionada se trocamos o espumante brut por vinhos de meditação ou sobremesa para que a sensação de dulçor presente em ambos fique mais suave. Assim, o paladar percebe o açúcar presente no doce, sem excesso, e o vinho tem a fruta e seu gosto mais suavizados. Fica a dica: doce com doce!

Sobremesas devem ser harmonizadas com vinhos mais doces

Degustação

Tomar uma taça de vinho pode remeter a um estado de reflexão, contemplação e relaxamento. Com os vinhos de meditação, como diz o nome, pode ser muito mais fácil, pois eles convidam a passar minutos ou até horas desvendando seus mistérios e complexidade.

Eles exigem do winelover tempo, paz de espírito, ou seja, momento de meditar literalmente. Na verdade, esse conceito surgiu para indicar grandes vinhos, bem estruturados, que se revelam gradualmente e devem ser bebidos com calma.

Você sabia sobre esse termo? Tem vontade de experimentar algo parecido? Claro que é permitido escolher o vinho que mais lhe agradar para fazer essa parada momentânea e poder apreciar sozinho ou acompanhado. Estamos apenas sugerindo algo novo e interessante para mudar a rotina.

Momento de apreciar um bom vinho

Seleção da Wine Lovers

A Wine Lovers oferece aos seus clientes um vinho muito especial que pode atender esses requisitos e fazer parte do seu momento de introspecção.

Da vinícola italiana, Azienda Agricola Foffani, temos o vinho Foffani Moscato Rosa com 100% Moscato Rosa. Possui cor vermelha rubi de média intensidade. Aroma de frutas vermelhas com destaque para a framboesa. Na boca é denso, rico, com doçura concentrada, sem taninos e bem equilibrado. Pode ser harmonizado com doces em geral, sobremesas leves, frutas ou sozinho lendo um livro, apreciando a paisagem, ouvindo uma boa música, pensando na vida…

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