O que é um vinho seco?

Conforme o conhecimento das pessoas sobre o mundo dos vinhos vai ampliando melhor a percepção delas sobre o que significa a expressão vinho seco. Os vinhos popularmente aceitos pelo público brasileiro em décadas atrás deveriam ser mais doce e de uvas com mais acidez. Basta lembrar da explosão nacional com o vinho branco alemão “Liebfraumilch”, àquele da garrafa azul, que por muito tempo foi um dos preferidos por possuir um sabor adocicado, feito de uvas varietais da cepa Müller-Thurgau.

Atualmente, o público é mais exigente e começa a questionar a procedência, a qualidade da vinícola, desde a plantação até o engarrafamento. Muitos procuram por produtos orgânicos, biodinâmicos, mais alinhados com a natureza. Por isso, sinômino de vinho clássico, conceituado e elegante passou a ser o vinho menos doce, ou seja, com notas adstringentes, minerais e taninos mais presentes. Mas, como saber distinguir as características de um bom vinho?

Tipos de Vinho

Podemos dividir em espumantes; brancos leves, vivos e secos; brancos aromáticos/florais, secos a meio-doces; brancos de médio corpo, ácidos/metálicos; brancos estruturados, de sabores ricos; rosés; tintos frescos, frutados, de baixo tanino; tintos de médio corpo a bem encorpados; tintos cheios, potentes, condimentados; de sobremesas/doces; ácidos, secos, fortificados; escuros, doces, fortificados.

Vinhos brancos e tintos são os mais queridos pelo público

Brancos secos

Para esse artigo, vamos nos concentrar nos brancos e tintos secos. Então, começaremos pelo branco leve, vivo e seco. De cor pálida, branca, esverdeada na taça. No nariz podem ser encontrados aromas de grama recém-cortada, maçã verde e pedras úmidas. São vinhos considerados leves, uma acidez viva, frutas refrescantes e ácidas em boca com sabores acentuados de frutas cítricas, maçã e pera. São normalmente das uvas sauvignon blanc, pinot blanc e riesling. Encontrados mais no Velho Mundo, principalmente os clássicos Vinho Verde de Portugal, Chablis e Muscadet na França e Pinot Grigio na Itália. Recomenda-se tomar ainda jovem, pois mantém o frescor e a vivacidade.

Os brancos aromáticos/florais, secos a meio-doces apresentam coloração mais forte, aromas de feno, mel e querosene (riesling), notas cítricas defumadas (pinot gris), uva pura (muscat), pêssego (viognier), amêndoas, lichia e rosa (gewürztraminer). Na boca virão gostos similares aos aromas iniciais, com variações de acordo com a região produtora. Por exemplo, Alemanha e Grécia produzem vinhos mais delicados e leves; Alsácia e Austrália tendem a ser mais aromáticos e encorpados.

Com relação aos vinhos brancos de médio corpo, ácidos/metálicos podemos afirmar que o nariz possui aromas mais cremosos e suaves, além de serem muito gastronômicos. Na boca os mais ácidos apresentam sabores de avelã (chardonnay) e cera de abelha (sémillon); e os mais metálicos com nuances cítricas e silex (sauvignon blanc), lima (riesling) e pedras úmidas (chenin blanc). São facilmente encontrados nos vinhos Chablis Premier, Grand Cru, borgonha branco, bordeaux branco, Sancerre e Pouilly-Fumé na França; nos Chenins Blancs da África do Sul; nos Sauvignons Blancs da Nova Zelândia; nos Sémillons da Austrália no Vale do Hunter; e nos Rieslings e Verdelhos da Austrália.

Vinhos brancos bem-estruturados e de sabores ricos são de coloração dourada na taça, cheios e ousados. Os aromas são de frutas tropicais como abacaxi, manteiga, mel, nectarina e pêssego. Na boca apresenta sabores cremosos e ricos. A maioria é produzido em países quentes do Novo Mundo, mas locais como o Norte de Rhône, em Languedoc-Roussilon na França e a Espanha Central possuem vinhos brancos potentes que ao amadurecerem ganham complexidade. Bons exemplos são os Chardonnays da Califórnia, do Chile e da Austrália; Marssane e Viognier da Austrália; os Riojas brancos da Espanha; e os Condrieus e Rhônes brancos da França.

Cepas brancas: sauvignon blanc, chenin blanc, sémillon, chardonnay e riesling

Tintos secos

Agora abordaremos os tintos frescos, frutados de baixo tanino que podem ser encontrados nos Beaujolais (França), Barbera D’Asti e Barbara D’Alba (Itália), Grenache (Espanha e Austrália) e até nos Merlots mais leves (Califórnia e Austrália). Os aromas são de cereja, framboesa e maçã vermelha. É leve e elegante, com pouco tanino. Na boca apresenta gosto de frutas vermelhas, suavidade, leve acidez e muito frescor. Esses vinhos podem ser produzidos tanto no Velho Mundo quanto no Novo Mundo. Tem um estilo mais simples, fresco e apetitoso.

Já o mesmo não acontece com os tintos de médio corpo a bem encorpados, pois sua estrutura é bem mais firme e possuem muito corpo, caso dos Borgonha, Bordeaux e Barolo, que são considerados vinhos clássicos. Quando envelhecidos possuem aromas de ameixa, amora e violeta. Seus sabores também se intensificam com a maturidade e revelam especiarias, chocolate e trufas. Esses vinhos pedem estágio em barricas de carvalho para tornar mais complexo e aportar toques de baunilha. São ideais para acompanhar carnes em geral. Caso dos Borgonha e Bordeau (França); Barolo, Chianti e Barbaresco (Itália); Rioja (Espanha); Pinot Noir (Chile, Oregon – EUA, Nova Zelândia e Austrália), blend de Cabernet Sauvignon e Merlot (Califórnia e Austrália).

Os tintos cheios, potentes e condimentados são típicos das uvas cabernet sauvignon (frutas negras com toques de cassis), shiraz (ameixa condimentada e alcaçuz) e zinfandel (couro e morangos). Os aromas são de frutas negras docese possuem uma cor escura na taça, com boca aveludada e densa. Exemplos como a Cabernet Sauvignon (Austrália e Califórnia), o Primitivo (Itália), o Shyrah do Vale do Rhône (França), Toro (Espanha). Eles provêm de uvas resistentes em regiões quentes como o Vale do Napa, na Califórnia e do Barossa, na Austrália. Recomenda-se o uso de carvalho para equilibrar o sabor frutado acentuado.

Cepas tintas: cabernet sauvignon, shiraz, zinfandel, merlot, sangiovese e pinot noir

Diferenças básicas

Conforme pudemos descobrir, o vinho seco é produzido a partir de uvas viníferas, Vitis vinifera, e o chamado vinho suave difere ao ser fabricado com uvas de mesa, ou seja, frutas que costumamos comer e que não são apropriadas para se fazer vinho fino. Normalmente, àquelas que compramos no supermercado ou horti-fruti: Itália, Thompson, Rubi, Niágara Rosada, Crimson, etc. Elas são para o consumo “in natura”, possuem um sabor agradável e no Brasil, as variedades mais cultivadas são as da Vitis labrusca.

Vitis vinifera são as escolhidas para a produção de uvas de qualidade

Vinhos elegantes e finos

A Wine Lovers, possui em seu portfólio mais de 200 rótulos para sua escolha. Desde vinhos brancos, tintos, rosés, espumantes, cavas, champagnes até orgânicos, biodinâmicos, sem sulfito, etc. Enfim, para todos os paladares e experiências. Descubra qual a sua uva preferida, a região do mundo que mais lhe agrada e escolha o tipo de vinho seco que irá fazer parte da sua rotina pelos próximos anos!

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