Como escolher um vinho organico sem ser um expert

Você sabia que existem métodos de produção de vinho? Organico, biodinâmico, natural, sustentável, vegano e tradicional! Cada qual com suas características distintas que vamos conhecer a seguir. O primeiro será o vinho organico:

Organico

Os vinhedos que produzem este vinho excluem principalmente todos os tipos de fertilizantes artificiais, pesticidas, fungicidas, herbicidas ou qualquer outro agrotóxico. Isso porque as uvas são colhidas de acordo com os princípios da agricultura organica. Estima-se que cerca de dois mil aditivos podem ser usados em uma produção tradicional, entretanto, num vinhedo organico até os fertilizantes químicos são substituídos por adubo natural. A produção de vinhos organicos representa, hoje, cerca de 4% da fabricação mundial da bebida. Os americanos naturalistas da Califórnia produziram os primeiros deste tipo no mundo. Após 30 anos, os europeus passaram a fabricá-los. E, atualmente, o Chile é um dos países que mais produzem vinhos organicos devido a sua vantagem geográfica.

Isto acontece porque ele está protegido naturalmente contra pestes, então eles precisam usar menos os agentes químicos no cultivo das videiras. Essa proteção é do Oceano Pacífico à Oeste, ao Norte pelo deserto do Atacama e a Cordilheira dos Andes ao Sul, dessa forma é difícil para uma peste natural entrar neste país.

O consumo de vinho organico tem crescido significativamente nos últimos anos com relação ao vinho não organico devido ao interesse das pessoas em consumir produtos de origem mais natural e que sejam feitos de maneira mais sustentável para o meio ambiente e para sua saúde. Estima-se que existam mais de 2000 produtores deste tipo de vinho no mundo.

A produção organica chegou aos vinhedos para desenvolver rótulos únicos e sustentáveis. Para se produzir um vinho organico é possível aplicar várias técnicas que vão além de apenas evitar o uso de defensivos agrícolas nas videiras. Por exemplo, fazer o rodízio de lavouras, que ajuda o solo a se recuperar naturalmente, assim como o uso de adubos verdes ou naturais e de coberturas vegetais para elevar os nutrientes do terroir.

Na relação de custo do vinho é difícil falar que muda alguma coisa, assim como nos vinhos não organicos isso depende do processo de vinificação que o enólogo e produtor irão decidir.

Principais características

  • vinhos mais densos e de coloração mais escura devido à preservação das especificidades naturais da uva no método;
  • sabor e aroma mais intensos gerando um vinho de qualidade e diferenciado ao intensificar ainda mais a particularidade de cada região.

O mercado de vinho organico é ainda jovem apesar de movimentar cerca de US$ 60 bilhões por ano e estar presente em grandes áreas produtoras de vinho do mundo.

Vinícola organica

A espumante Musso Cava Brut, da vinícola Casa Rojo, é um grande organico espanhol. A Bodegas Bleda, vinícola que é toda baseada no cultivo organico, localizada na região de Murcia, na Espanha, tem um exemplar certificado pelo Conselho de Agricultura Ecológica da Região de Murcia em sua produção: o vinho Castillo de Jumilla Monastrell Organico. Os vinhos da vinícola portuguesa, Espaço Rural, tem um lugar cativo quando o assunto é agricultura organica: da linha Bojador temos o espumante, rosé, tinto, branco, tinto reserva, branco reserva, de talha tinto e de talha branco. Em Portugal, a vinícola Quinta do Arcossó faz seus vinhos seguindo os preceitos da agricultura organica, caso dos vinhos Padrão dos Povos e Reserva. A vinícola italiana, Azienda Agricola Foffani, possui vinho organico também como o Merlot Ter Vinum e o Pinot Grigio Superiore. Outra vinícola da Itália, Tenuta de Montechiaro, produz o Montechiaro 345 Colli Senesi e o Montechiaro 345 Colli Senesi Reserva desta forma.

Biodinâmico

Ele é um aprofundamento da agricultura organica, agregando conceitos espirituais e filosóficos, buscando uma harmonia com a natureza. Este termo começou a ser usado nos anos de 1920 e foi baseado nos ensinamentos do filósofo e educador austríaco Rudolf Steiner. O conceito estabelece que a agricultura é um sistema interconectado e parte de um fluxo de energia cósmica. Seu processo segue preceitos e regras rígidas como respeitar as fases da Lua, utilizar produtos contra pragas naturais como camomila, quartzo e estrume enterrados dentro de chifres ou crânios de bois. Não se deve utilizar tratores e sim cavalos, etc. São vinhos totalmente sustentáveis! Portanto, todo vinho biodinâmico é organico, mas nem todo organico é biodinâmico.

A Lua e as estrelas sempre foram consideradas de importância primordial, pois muitos viticultores tradicionais programavam a transfega e o engarrafamento de acordo com as fases da Lua. A controvérsia está no uso, em doses homeopáticas, de tratamentos comuns como compostos de animais, valeriana ou crina de cavalo cozida.

Muitos produtores vêem com ceticismo o método, que é essencialmente um sistema de restauração da saúde organica e microbial do solo e das vinhas. Mas, quem utiliza admite que existe uma melhora na qualidade das vinhas e dos vinhos, consequentemente.

Tempo de guarda

É parecido com o do vinho tradicional, mas em certos casos, por utilizar uvas mais sadias, os vinhos biodinâmicos podem ser armazenados por um tempo maior devido às suas características.

Vinícola biodinâmica

A Wine Lovers possui uma linha biodinâmica produzida pela vinícola portuguesa, Aphros Winery, do renomado Vasco Croft. Entre eles: Aphros Vinhão DOC, Aphros Loureiro, Aphros TEN, Aphros Daphne, Aphros PAN e Aphros Phaunos.

Natural

Esses produtores fazem a fermentação de forma espontânea, utilizam apenas leveduras organicas, que estão presentes na casca da uva, sem adição de leveduras inoculadas, feitas em laboratório de acordo com a vinificação tradicional. Não se utilizam artifícios químicos durante o processo de elaboração para fazer a correção de taninos e acidez. E para completar, os vinhos naturais não recebem ou recebem muito pouca adição de sulfito antes do engarrafamento, substância com propriedades antioxidantes que conservam a bebida.

Volta ao passado

O termo vinho natural muitas vezes é controverso simplesmente porque não existe nenhuma definição legal ainda para o termo. Existe definição somente para o vinho organico e biodinâmico. No momento, o que há são algumas associações tentando regulamentar a partir das coisas que todos concordam a respeito deste tipo de método.

Na França, já existe uma associação de viticultores de vinho natural que está baseada na visão de um antigo negociante de Beaujolais, do vinho vinificado da forma mais natural possível e com menor interferência de qualquer agente químico ou humano. Nada de usar herbicida, agrotóxicos, então o vinhedo é completamente organico, com colheita manual a onde se consegue eleger os melhores frutos do que a colheita mecanizada porque quando passa o trator acaba pegando o engaço e as uvas verdes e podres.

No processo de vinificação, grande parte dele, defende a não utilização de enxofre e sulfito, anidrido sulforoso que é um conservante químico para a bebida. O vinho é conservado apenas de uma forma natural, com substâncias presentes em qualquer vinho como: álcool, acidez e tanino. Além de utilizar as leveduras naturais que agem no vinho, que são as responsáveis pelo processo de fermentação do mosto da uva, ao transformarem o açúcar em álcool.

Por isso, no caso do vinho natural é muito importante que essas leveduras sejam nativas de cada região. E alguns produtores acham que este vinho não deve ser passado em barricas para que só o fruto esteja em evidência. No entanto, ainda vários vinhos naturais passam por barrica.

Do ponto de vista mercadológico, esses vinhos chegam ao consumidor um pouco mais caros que a média dos vinhos industrializados porque estão ligados ao alto nível de perda que o produtor pode ter já que ele não usa herbicida no vinhedo caso uma praga chegue, ela pode dizimar parte da plantação. E por ser um método totalmente artesanal, portanto, sem larga escala. Mas, devido aos conservantes naturais também podem gerar vinhos de guarda com qualidade.

Vinho sem Sulfito

A Wine Lovers tem um exemplar deste tipo de vinho no seu portfólio, da vinícola francesa, Château de Brigue, o Héritage Rouge.

Vegano

O vinho vegano não utiliza nada de origem animal em sua produção. Mas, como assim? Para produzir vinho se usa alguma coisa oriunda de animais? Sim, existe alguns processos durante a produção do vinho e um deles se chama filtragem conhecido como clarificação.

A clarificação nada mais é do que uma maneira para se retirar as impurezas do vinho, para que não fique turvo ou muito denso. Normalmente, é usado um filtro para isso, mas existe este processo milenar que utiliza a clara de ovo. Sabe como?

A clara de ovo é colocada no vinho e esta vai se juntar aos sedimentos que são retirados no final do processo. No caso do vinho considerado vegano, o produtor não vai fazer o uso da clara do ovo e em seu lugar vai preferir a argila bentonita ou a soja para filtrar esses sedimentos. Também pode fazer por decantação natural, carvão ativado, calcário ou sílica gel.

Curiosidades

No site www.barnivore.com é possível pesquisar e descobrir se a bebida que está adquirindo pode ser considerada realmente vegana. Além de muitos rótulos conterem a expressão Vegan Friendly. Outra forma de perceber isso é observar se a aparência do vinho é mais transparente, translúcida ou densa porque quanto mais turva for a bebida melhor a sua pureza, em tese.

A indústria de vinhos também usa uma substância chamada “easing glass” que é obtida da bexiga nadatória de peixes para fazer o processo de clarificação acontecer mais rápido. Então, quando o produtor precisa separar os sedimentos e deixar o vinho mais transparente, ele usa o processo para decantar mais rapidamente. E isso não é nada vegano, pois é um subproduto de exploração de animais. Assim como, a proteína do leite (caseína) ou a gelatina animal.

Sustentável

Para praticar a sustentabilidade os vitivinicultores são adeptos da agricultura biodinâmica e organica, mas podem escolher o que funciona melhor na sua propriedade. Muitos procuram conservar a energia, a água e ter sistemas para que seus recursos se tornem renováveis. É uma grande tendência mundial que permite a produção de vinhos mais acessíveis, além de conservar os recursos do meio ambiente e utilizar o trabalho da comunidade da região.

Sustentabilidade refere-se a uma série de práticas que não só são ecologicamente corretas, mas economicamente viáveis e socialmente responsáveis. Alguns produtores têm optado por utilizar garrafas com vidro reciclado, papéis reciclados e tintas dos rótulos de origem vegetal, por exemplo, para respeitar ainda mais as características do método.

Conceito

A sustentabilidade no vinho está ligada tanto ao aspecto ambiental como também no econômico e social porque ela pode atuar em todas as fases do processo, desde a viticultura, ou seja, na produção do vinho, até as demais etapas como o engarrafamento e todas as relações com os colaboradores da vinícola e a sociedade em geral.

Portanto, impacta toda uma cadeia de pessoas num círculo virtuoso de benefícios que começa no produtor e chega ao consumidor final, pois terá um produto com mais qualidade para a saúde, com um incrível valor agregado e impacto ambiental menor. Além de ser economicamente viável ao poder ser adotado por pequenas, médias e grandes vinícolas.

Pode-se começar com a adoção de práticas melhores como utilização de energia renovável, reciclagem, reutilização de resíduos e redução de água e luz com a adesão à energia solar, isolamento térmico natural nos projetos para refrigeração dos ambientes e iluminação natural.

Outro aspecto que muitas vezes não é considerado, mas é muito importante neste caso. O transporte do vinho para sua distribuição. A via mais sustentável é a marítima, portanto comprar um vinho importado que veio em conteiners de navio é uma atitude ecofriendly.

Vinícola sustentável

A Wine Lovers possui em seu portfólio vinhos sustentáveis também como: Castillo de Jumilla Crianza, da vinícola espanhola, Bodegas Bleda, que possui uma agricultura organica/sustentável; Amplus One Carmenere 2016, da vinícola chilena Santa Ema, que tem os Certificados de Sustentabilidade de vinho do Chile, o Fair for Life, Responsabilidade Social e Comércio Justo. Além da vinícola californiana, Bogle Winery, que possui o Certificado Lodi Rules for Sustainability, com seus vinhos Bogle Chardonnay, Essencial Red, Old Vine Zinfandel, Merlot, Petite Syrah, Pinot Noir e Phantom.

Aliás a Wine Lovers oferece vinhos produzidos por todos os métodos, mas com ênfase naqueles que ficam mais próximos à natureza. Para os amantes do vinho é melhor consumir um organico, biodinâmico, natural ou vegano porque na origem, no caso, as uvas, não se usou fertilizantes, pesticidas e isso é excelente para o nosso organismo.

3 respostas para “Como escolher um vinho organico sem ser um expert”

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