Especial do Castelo de Jumilla

Uma das linhas da Bodegas Bleda foi chamada de Castillo de Jumilla, que quer dizer na língua portuguesa, Castelo de Jumilla. Como foi prometido no artigo anterior, trataremos de um especial sobre o castelo. É uma edificação pré-histórica que ao longo do tempo passou por muitas modificações, foi várias vezes destruído e reformado. Atualmente, é um dos locais turísticos mais procurado da região. Vamos conhecer agora a história dessa incrível construção.

O majestoso Castelo de Jumilla

Localizado em um enclave estratégico, domina visualmente um amplo território a partir de uma colina que foi habitada desde a pré-história por diferentes culturas e civilizações. Ele é considerado pelos estudiosos como uma testemunha de várias civilizações.

Os primeiros assentamentos em Cerro del Castillo aconteceram há mais de 3.500 anos, comprovados por vestígios ibéricos e romanos encontrados na área. Foi no século VIII que os árabes iniciam a construção do Castelo de Jumilla, sendo reconstruído pelo Marquês de Villena, Juan Pacheco, nos séculos XV-XVI. Acompanhe a seguir um pouco sobre a sua longa trajetória de construção, abandono e renascimento.

<alt1> Castello de Jumilla, local privilegiado e estratégico
Castello de Jumilla, local privilegiado e estratégico

Assentamentos antigos e primeira fortaleza 

Os primeiros assentamentos conhecidos na colina datam da Idade do Bronze (2000-1000 aC), crescendo ao longo do tempo e posteriormente tornando-se um grande assentamento fortificado no início da Idade do Ferro. Essas estruturas foram tomadas e adaptadas por volta de 190 aC. pelos romanos, dos quais parte da sua muralha defensiva ainda se conserva, mas quando abandonaram a Península Ibérica, as fortificações caíram em ruínas nos séculos VI e VII dC.

Construção do Hisn muçulmano e Reconquista 

A partir do século VIII, os muçulmanos chegaram em Jumilla. Mas, somente a partir do século XI que se dará a construção da fortaleza para se proteger do inimigo Almorávida após a desintegração do Califado de Córdoba. Já no século XIII, após a Reconquista, o Castelo de Jumilla passou para mãos cristãs. O infante Dom Alfonso cedeu a Alfonso Téllez de Meneses, em 1244, por sua ajuda e fidelidade. Mais tarde, o rei Afonso X, o Sábio, presenteou a cidade de Jumilla com uma imagem de Nossa Senhora das Graças, a Virgen de Gracia, e uma pequena igreja foi construída ao lado do castelo, dentro da área fortificada, provavelmente sobre os restos de uma mesquita árabe, que ainda podem ser vistos hoje.

O Marquesado de Villena e a história da reconstrução do castelo 

Em 9 de novembro de 1452, Jumilla juntou-se ao Marquesado de Villena. A intervenção arquitetônica mais importante na fortaleza foi realizada pelo Marquês de Villena, Juan Fernández Pacheco, que consistiu, principalmente, na construção da torre de menagem, perfeitamente adaptada às novas condições poliorcéticas – que é a arte de construir máquinas bélicas para bater muros e expurgar fortalezas, decorrentes do uso da artilharia – e o reforço do nordeste da muralha. Seu brasão ainda pode ser visto hoje na entrada principal e nas paredes da torre. Durante os séculos XVI e XVII, perdeu gradualmente a sua função militar graças à estabilidade política.

Uso militar durante as Guerras de Sucessão e Independência 

Durante a Guerra da Sucessão Espanhola (século XVIII), foi no Castelo de Jumilla que o Cardeal Belluga reuniu suas tropas para lutar pela causa da Casa de Bourbon na Batalha de Almansa (1707), e quando Felipe de Borbón finalmente triunfou foi essa lealdade à sua causa que trouxe Jumilla ao favor real nos próximos anos. Durante a Guerra da Independência (século XIX), o castelo foi utilizado como quartel pelas tropas francesas, que adaptaram algumas das suas características, tornando-se prisão na primeira metade do século XIX. Posteriormente, o castelo foi abandonado e sua condição deteriorou-se consideravelmente.

<alt2> Estado do Castelo de Jumilla em 1975
Estado do Castelo de Jumilla em 1975

Reabilitação do castelo 

Os trabalhos de restauração do edifício começaram em 1971, seguidos em 1990 por uma escavação arqueológica no cemitério e na igreja de Nossa Senhora das Graças. O último episódio de restauro e remodelação foi concluído no ano 2000, condicionando-o a ser visitado.

Uma fortaleza inexpugnável 

O Castelo de Jumilla é, em muitos aspectos, tudo o que se espera de uma fortaleza medieval: possui uma imponente torre de menagem – torreão, em arquitetura militar, é a estrutura central de um castelo medieval, definida como o seu principal ponto de poder e último reduto de defesa, podendo em alguns casos servir de recinto habitacional com quatro andares com ameias – parapeitos, em que lacunas ou reentrâncias retangulares são projetadas em intervalos para permitir o lançamento de flechas ou outros projéteis de dentro das defesas – e fica em uma posição dominante no alto de uma colina acima da cidade, dominando as vistas panorâmicas dos arredores.

<alt3> Torre do Mestre protegia o portão principal e uma das salas dentro do castelo
Torre do Mestre protegia o portão principal e uma das salas dentro do castelo

Recomendações Wine Lovers

A vinícola Bodegas Bleda tem uma linha especial em homenagem ao castelo denominada Castillo de Jumilla com seis rótulos. Quer conhecer?

Castillo de Jumilla Branco, com 60% sauvignon branco, 30% macabeo e 10% airen. Cor palha e amarelo pálido com intensos tons de verde. No nariz é poderoso, elegante e com memória complexa de variedades de ervas e frutos verdes. Na boca é bem estruturado, suave e muito fresco. Muito persistente com características dos frutos saborosos. Aperitivos, frutos do mar, peixe assado no sal, carnes brancas, assadas e grelhadas são as sugestões para harmonizar. 

Castillo de Jumilla Rosé, com 100% monastrell. Cor salmão rosa. No nariz é limpo e poderoso, com intensos aromas de morangos e rosas. Na boca apresenta começo amplo e textura elegante. Sabores de frutas persistentes e deixa um bom acabamento. Ideal com frutos do mar, cogumelos, arroz, massas, atum salgado, carne leve e macia e peixes em geral. 

Castillo de Jumilla Tinto, com 50% tempranillo e 50% monastrell. Cor vermelho púrpura. Aromas de frutos maduros com notas de alcaçuz. Na boca é saboroso, equilibrado, acidez moderada e taninos animados. Final elegante e persistente. Combina com carnes vermelhas, carnes brancas, grelhadas e assadas, carnes de caça e queijos semicurados. 

Castillo de Jumilla Orgânico, 100% monastrell. Cor cereja vermelha. No nariz tem bouquet de frutos vermelhos e pretos maduros. Na boca é muito bem equilibrado, com taninos doces e frutados, sabor persistente. Acompanha legumes, queijo maduro, risoto, peixe grelhado, massas e carnes vermelhas. 

Castillo de Jumilla Crianza, 90% monastrell e 10% tempranillo. Cor vermelha cereja. No nariz possui rico bouquet e madeira presente, toques de coco, baunilha, balsâmico e minerais. Final frutado com um leve toque de cogumelos. Na boca é agradável com corpo e volume, tânico sem ser áspero, concentrado, delicioso e limpo. Harmonize com aperitivos salgados, bacalhau, salmão, atum salgado e seco, peixes, queijos semicurados, guisados, caçarolas, carnes vermelhas e de caça. 

Castillo de Jumilla Reserva, 90% monastrell e 10% tempranillo. Cor vermelha cereja com nuances ao fundo de rubi e lágrima densa. No nariz apresenta complexos aromas de frutas vermelhas, frutas cozidas e notas tostadas e picantes. Na boca tem taninos agradáveis e boa acidez. Combina com queijos, patês, cogumelos, ensopados, caçarolas, sopas, arroz, peixes carnudos e carnes. 

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