Explorando os Vinhos de Colheita Tardia

Os vinhos de colheita tardia, conhecidos por sua doçura intensa e complexidade de sabores, são verdadeiras joias enológicas que conquistam paladares ao redor do mundo. Mas como exatamente esses vinhos são elaborados e o que os torna tão especiais? Vamos explorar mais sobre esse fascinante estilo de vinho.

Vinhos de Colheita Tardia

Os vinhos de colheita tardia são vinhos geralmente doces, ditos de sobremesa, produzidos a partir de uvas que são deixadas na videira várias semanas após a data ideal de colheita. Este processo resulta na desidratação e no consequente aumento da concentração de açúcar.

A chave para produzir vinhos de colheita tardia está na colheita das uvas após a maturação completa, quando elas atingem altos níveis de açúcar e intensidade de sabor. Isso geralmente ocorre várias semanas ou até meses após a colheita das uvas para vinhos secos. As uvas são deixadas na videira por mais tempo, permitindo que desidratem parcialmente e concentrem seus açúcares naturais.

Condições Climáticas e Terroir

O clima desempenha um papel fundamental na produção de vinhos de colheita tardia. Regiões com outonos longos e ensolarados, onde as uvas podem amadurecer gradualmente e desenvolver sabores ricos e açúcares naturais, são ideais para esse estilo de vinho. O relevo e o solo também influenciam, com encostas suaves e solos bem drenados favorecendo o desenvolvimento das uvas.

Uvas e Variedades Comuns

Diversas variedades de uvas são utilizadas na produção de vinhos de colheita tardia ao redor do mundo. Algumas das mais comuns incluem riesling, gewürztraminer, sémillon, chenin blanc e muscat. Cada uma dessas uvas contribui com seus próprios aromas e sabores distintos aos vinhos finais.

<alt1> Uvas precisam ficar mais tempo nas videiras para concentrar o açúcar
Uvas precisam ficar mais tempo nas videiras para concentrar o açúcar

Elaboração

Existem diferentes formas de se obter um vinho de colheita tardia, dependendo das condições climáticas, do relevo, do solo e das variedades de uvas utilizadas. Vamos ver algumas delas:

Podridão nobre: Em algumas regiões, como Bordeaux, na França, e Tokaj, na Hungria, as uvas são atacadas por um fungo chamado “Botrytis cinerea”, que perfura a pele da fruta e a desidrata, fazendo com que ela perca água, mas concentre mais açúcares, aromas e acidez. Esse processo é denominado “podridão nobre” e confere aos vinhos um sabor complexo e delicado. As uvas mais utilizadas nesse tipo de produção são riesling, furmint, sauvignon blanc, sémillon e gewürztraminer.

Congelamento: Em países mais frios, como Estados Unidos, Canadá, Áustria e Alemanha, as uvas são colhidas no período de temperaturas mais baixas, quando já estão com os bagos congelados. Esse congelamento natural também provoca maior concentração de açúcares, já que somente a água congela, os demais elementos sólidos não. O resultado desse tipo de produção é também um vinho com maior teor de açúcar e mais alcoólico.

Passificação: Em outras regiões, como Itália, Portugal e Brasil, as uvas são colhidas maduras e depois são deixadas secar em esteiras, caixas ou penduradas em cordas, até se transformarem em uvas-passas. Esse processo chamado de passificação também aumenta a concentração de açúcares e aromas nas uvas, que depois são prensadas e fermentadas. Os vinhos obtidos dessa forma são encorpados e intensos. As uvas mais usadas nesse tipo de produção são malvasia, moscatel, tannat e touriga nacional.

<alt2> Tannat pode ser escolhida para o sistema de passificação
Tannat pode ser escolhida para o sistema de passificação

Harmonização e Degustação

Os vinhos de colheita tardia são apreciados por sua doçura e complexidade, tornando-os perfeitos para harmonizações com as mais diversas sobremesas.

Eles complementam maravilhosamente bem sobremesas à base de frutas, como tortas de maçã, cítricos e sorvetes de frutas. Além disso, queijos de sabor intenso e queijos de cabra, também fazem ótimas combinações.

Em uma degustação, os vinhos de colheita tardia revelam uma profusão de aromas e sabores, que vão desde frutas maduras, mel e flores até notas de especiarias e acidez equilibrada. Sua textura rica e macia envolve o paladar, deixando uma sensação muito agradável.

Os vinhos de colheita tardia são vinhos especiais, que devem ser apreciados com moderação e em ocasiões especiais. Eles podem ser harmonizados com diversos tipos de comidas, desde que se respeite o equilíbrio entre o doce e o salgado, o ácido e o amargo, o leve e o pesado. Se quiser saber mais sobre o sentido paladar, leia o artigo: “Os quatro sentidos do vinho – Paladar” e descubra como nossa língua e boca influenciam extremamente na percepção do gosto, da acidez e da persistência de um vinho.

<alt3> Vinho de sobremesa e queijos são a combinação perfeita
Vinho de sobremesa e queijos são a combinação perfeita

Sugestões de harmonização

Vinhos de podridão nobre: combinam bem com queijos azuis, como roquefort e gorgonzola, que contrastam com o doce e realçam o sabor do vinho. Também podem acompanhar sobremesas à base de frutas, como tortas, mousses e sorvetes, que harmonizam com o aroma e a acidez do vinho.

Vinhos de congelamento: harmonizam bem com sobremesas cremosas e ricas, como cheesecake, pudim, crème brûlée e tiramisù, que equilibram o teor alcoólico e a doçura do vinho. Também podem acompanhar queijos de pasta mole, como brie e camembert, que suavizam o paladar do vinho.

Vinhos de passificação: combinam bem com sobremesas de chocolate, como brownie, trufa, bolo e fondue, que realçam o corpo e a intensidade do vinho. Também podem acompanhar queijos curados, como parmesão e pecorino, que contrastam com o doce e acentuam o sabor do vinho.

Os vinhos de colheita tardia são verdadeiramente uma experiência sensorial única, que merece ser apreciada com calma e reverência. Seja como uma sobremesa especial ou um agrado egoísta, esses vinhos são uma adição inestimável a qualquer adega e uma delícia para os amantes do vinho em todo o mundo.

Recomendações Wine Lovers

A Wine Lovers possui em seu portfólio vinhos de colheita tardia para você experimentar e se encantar no próximo encontro que fizer! Conheça-os em seguida:

Foffani Moscato Rosa é italiano da região de Friulli, possui 100% moscato rosa. Cor vermelho rubi de intensidade moderada. Aroma de frutas vermelhas com destaque para framboesas. Na boca é denso, rico, com doçura concentrada, sem taninos, equilibrado e original. Vinho de sobremesa leve e fresco que é ideal com doces em geral, frutas frescas e como aperitivo.

Bogle Petite Sirah Port é norte-americano da região da Califórnia, apresenta 100% petite sirah. Notas de amoras maduras, especiarias e caramelo no nariz com final longo e aveludado na boca, com sabores de geleia, cereja marrasquino, carvalho tostado, cacau e couro. Taninos firmes e macios tornando-o excelente como vinho de guarda por até 20 anos. Combina com sobremesas a base de chocolate amargo ou sozinho.

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